conheci bem a cidade. e percebi o quanto as pessoas lá podem ser livres, respeitando o espaço alheio. você pode ser tatuado, judeu ortodoxo ou muçulmano e conviver no mesmo local de trabalho de culturas totalmente distintas da sua, sem ser menosprezado por sua aparência ou por seus pontos de vista políticos e religiosos.
achei interessante a dinâmica de uma sociedade que raramente se mistura. negros andam com negros; chineses pouco aprendem a falar inglês; gregos, portugueses e italianos, cada um no seu bairro; indianos casam com indianos. isso me fez ver que, pelo menos em toronto, a miscigenação não é a chave para a boa convivência. e eu nunca achei que devesse ser. não adianta forçar o estreitamento de relações entre grupos tão diferentes, se não for da vontade de cada um. basta proporcionar um ambiente que é justo para todos que a tolerância vem como conseqüência. isso sim faz de um país um lugar receptivo para qualquer pessoa.
amei toronto. não achei tanto com cara de casa como lima, no peru. não é uma cidade com um povo que demonstra suas alegrias, como salvador. não é cultural como barcelona ou paris. mas é a mais parecida comigo, de todas. foi onde eu mais me senti inserida, sem precisar fazer parte de algo homogêneo, pasteurizado.
talvez eu goste de sol, de pessoas que falam alto, riem alto e são extrovertidas. talvez eu goste de um povo acolhedor e simpático. talvez eu goste de pessoas bem educadas. mas eu gosto mais ainda de ser quem eu quiser, quando eu quiser, na hora que eu quiser. isso, até agora, só toronto pareceu oferecer.