sexta-feira, 30 de maio de 2008

escrever, pra quê?

sabe o que é difícil? escrever sobre coisas diferentes das que estão na sua cabeça, no momento. ter que falar sobre um empreendimento imobiliário inovador, quando na verdade você está pensando em um apartamento ideal pra sua família, que vocês possam pagar.

ou falar sobre os hobbies de alguém, quando você gostaria de estar planejando a sua próxima viagem.

será que o bom assessor aprende a viver com a cabeça dos outros?

quinta-feira, 15 de maio de 2008

quem espera, se frustra?

odeio esperar. não sou paciente e muito menos consigo deixar a ansiedade de lado em momentos em que isso seria necessário.

sou assim: um poço de expectativas. tudo que eu planejo, penso ou espero me consome até acontecer. só não me consome mais porque, com o tempo, criei uma capa protetora.

eu queria ser mais independente. e isso me consome faz tempo. as pessoas dizem que tudo acontece no tempo certo, que quem espera sempre alcança e todos esses clichês insuportáveis. odeio todos!

...

o problema de ser assim? é que um poço de expectativas está sempre cheio de frustrações.

vou ensinar como funciona meu raciocínio: se eu fiz uma entrevista de emprego hoje e vi que pode rolar alguma coisa, à noite, começo a pensar antes de dormir no que eu faria com o salário, o que poderia mudar, no caminho que eu faria para o trabalho, em como me relacionaria com os colegas. e se, por um acaso, a resposta é negativa ou nunca chega (como é normal), tudo isso tem que ser descartado.

com o tempo, aprendi a digerir as frustrações rapidamente. e isso é uma vantagem. do mesmo jeito que os planos vêm rápido, vão embora e, melhor ainda, são substituidos por outros na mesma velocidade.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

o mundo e eu

desde sempre tenho uma relação com o mundo diferente de muitas pessoas. e igual a algumas outras. não tenho vontade de viajar pra conhecer, apenas. tenho vontade de explorá-lo.

se fosse possível e tivesse tempo, gostaria de morar em todos os continentes durante toda uma vida. conhecer os pormenores de cada cultura, cada idioma, cada clima. uns menos, outros mais.

o pouco que já conheço mudou a minha vida. me apaixonei por alguns lugares, outros apenas gostei e por poucos criei verdadeiro terror.

me apaixonei por Lima, no Peru. nunca conheci cidade com um clima melhor, mais agradável. tem o mar que, apesar de feio, mata minha necessidade de ter o mar sempre por perto. tem um povo gentil, cordial e lindo (no sentido mais abstrato da palavra. não estou aqui julgando a beleza exterior nem nada disso). uma cidade que eu moraria por muitos anos.

gostei de São Paulo e de muitas outras. tem toda a áurea cosmopolita e coisas diferentes que, lá, são normais. é um lugar que me dá ansiedade: sempre me oferecendo mais do que eu posso acompanhar e processar no tempo tão escasso que passo por lá.

tenho terror de voltar a Caldas Novas. é uma coisa totalmente traumatizante. até visitar amigos em Goiânia tem sido difícil, pela proximidade constrangedora. foi uma das épocas mais felizes da minha vida, onde fiz amigos fiéis, irmãos. mas também foi angustiante, por razões que ainda entendo pouco.

e Salvador ocupa um lugar muito especial na minha vida. uma cidade para onde sempre quis voltar, representava pra mim a segurança da família, do conhecido e do lar. e ainda hoje é assim. mas perdeu o charme. acho que Salvador só terá de novo a importância que teve quando eu estiver longe, procurando a segurança de um lugar pra onde posso voltar, sempre que quiser e precisar.

terça-feira, 6 de maio de 2008

como se fosse a primeira vez

vou fazer de conta que nunca comecei. fazer de conta que, pela primeira vez, resolvi aproveitar uma fase criativa qualquer e fazer um blog.

como é a primeira vez, estou sem expectativas, sem medo de não continuar, sem medo de ficar semanas sem escrever e achar que nunca mais terei outro blog na vida.

e vou fazer assim, sem letras maiúsculas, como eu gosto. sem falar sobre mim, mas ao mesmo tempo falando. sem saber se vai virar um diário ou algo mais impessoal.

e, como é a primeira vez, talvez eu consiga, talvez não.